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Sunday, March 28, 2010

O obscuro objeto do desejo.

Publicado em 1895, esta obra do escritor Adolfo Caminha, é um dos primeiros livros a abordar abertamente o tema da homossexualidade. "Bom Crioulo" foi recebido com um escandalizado silêncio pela crítica e pelo público, devido a ousadia de abordagem de tabus, como o sexo interracial e a homossexualidade no ambiente militar, com uma frontalidade e erotismo pouco usuais para a época.

Vou resumir a obra:

Amaro, o personagem central, é um escravo foragido que anseia em ser dono de seu próprio destino. É aceito como marinheiro, o que lhe permite realizar o seu sonho de liberdade e que, associado ao seu físico imponentemente muscular, "sem um osso à vista", claramente mais possante que o dos outros marujos, o transforma em alguém voluntarioso e benevolente, de tal forma que recebe o apelido "Bom Crioulo".

A disciplina da Marinha de Guerra parece-lhe suave quando comparada com as fazendas de café, onde era escravo e Amaro só vai senti-la quando conhece Aleixo, um belo adolescente loiro, de olhos azuis, por quem se apaixona. Amaro deixa de ser o marinho submisso. Envolve-se em brigas para defender o seu amado, embebeda-se, é castigado... mas o que obtêm em troca de Aleixo é mais gratidão do que amor. No Rio de Janeiro, Amaro arranja um quarto para que os dois morem juntos, na pensão da portuguesa D. Carolina, antiga prostituta que ele tinha salvo de um assalto. A vida com Aleixo é quase marital, o Bom Crioulo, enfrenta alguma impaciência do louro e deleita-se mais em apreciar longamente o seu lindo e jovem corpo do que com a obtenção do prazer sexual.

Amaro é transferido para outra embarcação, onde o capitão é extremamente rígido, que permite ao negro visitar o seu amado apenas uma vez por semana, fazendo o amor vivido por eles esfriar-se aos poucos. Para piorar, D. Carolina, num capricho típico feminino, decide seduzir o adolescente, que se envolve totalmente com a portuguesa. Enquanto isso, o Bom Crioulo, envolve-se em outra confusão no navio, é transferido para um hospital-prisão, onde durante uma visita de seus amigos marujos, fica sabendo da traição de Aleixo com uma mulher. O negro foge da prisão e já perto da pensão, encontra Aleixo e mata-o tragicamente à navalhada em meio à uma multidão quase indiferente.

Este livro ganhei de presente no Natal do ano passado e é leitura essencial.

UM OLHAR 3X4
Adolfo Ferreira Caminha nasceu na Cidade de Aracati (CE), mais conhecida pela praia de Canoa Quebrada, é um dos principais autores do Naturalismo no Brasil. Filho de Raymundo Ferreira Caminha e Marina Firmina, mudou-se para o Rio de Janeiro, ainda na infância. Em 1883, Adolfo entra para a Marinha, chegando ao posto de segundo-Tenente. Cinco anos mais tarde, transfere-se para Fortaleza, apaixona-se por Isabel de Paula Barros, uma mulher casada, que abandona o marido para viver com o escritor. O casal teve 2 filhas: Belkiss e Aglaís. Na sequência do escândalo, vê-se obrigado a deixar a Marinha e passa a trabalhar como funcionário público.

ADOLFO CAMINHA - 29/05/1867 - 01/01/1897.


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